Caso Vitória Gabrielly: Júri Popular será segunda-feira, 21 de outubro, em São Roque
Por: Simone Judica
Na próxima segunda-feira, 21 de outubro, o Tribunal do Júri de São Roque julgará o servente de pedreiro Júlio César Lima Ergesse, um dos três acusados pelos crimes que vitimaram a menina Vitória Gabrielly Guimarães Vaz, de 12 anos de idade, encontrada morta em 16 de junho do ano passado, em um matagal, em Araçariguama, oito dias após sair de sua casa para andar de patins e desaparecer.
O réu Júlio Ergesse será julgado pelos delitos de sequestro, homicídio qualificado por motivo torpe, emprego de meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima e para ocultar crime anterior, bem como por ocultação de cadáver.
Bruno Marcel de Oliveira e Mayara Borges de Abrantes, acusados pelos mesmos crimes, não serão julgados ao lado de Júlio César em razão de um recurso apresentado por seus advogados. O casal recorreu da sentença de pronúncia e aguarda na prisão a resposta do Tribunal de Justiça de São Paulo.
A sentença de pronúncia consiste na decisão judicial que encaminha os réus para o Júri Popular com base na prova da existência do crime e em indícios suficientes de quem cometeu os delitos.
O julgamento será conduzido pelo Juiz Presidente do Tribunal do Júri da Comarca de São Roque, Flávio Roberto de Carvalho. O Ministério Público estará representado pelo Promotor de Justiça Washington Luiz Rodrigues Alves e, como assistente de acusação, o advogado da família de Vitória Gabrielly, Roberto Guastelli. A defesa dos réus será feita pelos advogados Glauber Bez e Marcelo Ergesse Machado.
O réu Júlio César está detido na unidade prisional de Tremembé e será conduzido ao fórum de São Roque para participar do julgamento.
Não se descarta a possibilidade de interrupção do julgamento na noite de segunda-feira com a retomada dos trabalhos na manhã do dia seguinte, devido à extensão do rol de testemunhas convocadas para depor, quatorze no total.
Há cinco testemunhas de acusação, nove de defesa e uma testemunha comum, arrolada pelas duas partes. Entre elas, uma testemunha protegida, cuja identidade é mantida em sigilo a fim de se evitar eventual constrangimento que comprometa o teor do seu depoimento.
Depois de ouvidas as testemunhas, o réu deverá ser interrogado e haverá debates entre acusação e defesa. Concluídas essas etapas, os jurados, por meio de votação, darão seu veredito para absolver ou condenar Júlio César Lima Ergesse.
Orientações à imprensa e ao público interessado em acompanhar o julgamento
O julgamento pelo Tribunal do Júri é aberto ao público.
Por se tratar de um caso de repercussão nacional, o que naturalmente atrai a atenção da população e da imprensa, e em virtude de o fórum de São Roque não contar com dependências que comportem grande número de pessoas na plateia, o Juiz Presidente do Tribunal do Júri de São Roque, Flávio Roberto de Carvalho, entendeu por bem disciplinar o acesso à parte interna do edifício e ao salão do Júri.
Conforme informações prestadas pela supervisão do Cartório da Primeira Vara Criminal da Comarca de São Roque, no salão de julgamento há 54 poltronas disponíveis. Quatro estarão reservadas a familiares da vítima e do acusado e onze lugares estão destinados a representantes da imprensa. Os outros 39 assentos poderão ser ocupados pelo público em geral.
O ingresso dos interessados ao salão do Tribunal do Júri será feito por ordem de chegada. Uma fila controlada pela Polícia Militar e por seguranças do fórum será organizada na parte externa do prédio.
O julgamento terá início às 9h, com a apresentação dos 25 jurados convocados, dos quais somente sete serão sorteados para compor o Conselho de Sentença, que ao final dos trabalhos dirá se o réu deve ser condenado ou absolvido.
Somente maiores de 18 anos poderão assistir ao julgamento.
Proibido filmar, fotografar e gravar
A sessão de julgamento não poderá ser filmada ou gravada, assim como não serão permitidas fotos na parte interna do fórum. A determinação vale para os profissionais de imprensa e para o público em geral. Aparelhos de telefone celular e outros equipamentos destinados à transmissão de dados deverão permanecer desligados.
Respeito
Para não comprometer o bom andamento dos trabalhos e, principalmente, em respeito à memória da vítima, os responsáveis pela organização do Tribunal do Júri da Comarca de São Roque pedem a colaboração de todos para que não haja tumultos e manifestações agressivas e desrespeitosas no entorno do fórum e em suas dependências.
O crime:
Conforme dados colhidos de nota divulgada pela assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo, logo após a publicação da sentença de pronúncia, em agosto deste ano, consta na denúncia que o réu Júlio, tendo por comparsas os acusados Bruno e Mayara, sequestraram a estudante Vitória Gabrielly, que andava de patins em frente a um ginásio de Araçariguama e, em seguida, mataram-na e ocultaram o cadáver. Os acusados teriam confundido a menina com a irmã de um rapaz que possuía dívidas de drogas.
Sigilo
O caso tramita sob sigilo desde 15 de junho do ano passado e deverá permanecer nessa condição ao menos até a realização do julgamento desta segunda-feira, quando o juiz reavaliará a necessidade de se manter o processo em segredo de justiça.
Mais informações sobre o caso e o Tribunal do Júri
Saiba mais detalhes sobre o crime que vitimou a menina Vitória Gabrielly Guimarães Vaz e o julgamento do réu Júlio Ergesse e entenda o funcionamento do Tribunal do Júri lendo a coluna São-roquices desta sexta-feira, 18 de outubro, no site www.vanderluiz.com.br.