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Nota de falecimento. Mauro Antonio de Góes, 74 anos

Mauro Antonio de Góes faleceu, em 3 de junho de 2025, aos 74 anos

O vinhateiro e ex-vereador Mauro Antonio de Góes, falecido na semana passada (dia 3), aos 74 anos, deixou a esposa Lina Sgueglia de Góes e, da união de 50 anos, os filhos Maurinho, Fabrício, Maria Carolina e Diego. Nasceu em 24 de março de 1951, época em que os bebês do distrito de Canguera eram registrados em Mairinque.

Mauro participou de atividades empresariais, sociais e políticas. Em 1982, elegeu-se vereador numa eleição com voto vinculado — o eleitor precisava escolher candidatos de um único partido para os cargos de governador, senador, deputado federal, deputado estadual, prefeito e vereador. O candidato a prefeito Mário Luiz Campos de Oliveira (PMDB) venceu com 77% dos votos, e a expressiva votação impulsionou a eleição de 12 vereadores do partido. O PDS conquistou apenas três cadeiras: Mauro (241 votos), Paulino Pereira, também de Canguera (319), e Djalmo Rodrigues (251).

Durante a campanha eleitoral, em propaganda no Jornal O Democrata, apresentava-se como “um jovem na conquista dos anseios da comunidade são-roquense” e, aos 31 anos, trazia no currículo: vinhateiro, administrador de empresas, diretor do Canguera Futebol Clube, membro ativo da comunidade de Canguera, ex-tesoureiro do Sindicato do Vinho de São Roque e membro de comissões em defesa da vinicultura local.

Mesmo na oposição, Mauro sempre manteve um bom relacionamento com os demais vereadores e integrou a mesa diretora como secretário (1985/1986). As sessões ocorriam nas noites de segunda-feira e, como bom vinhateiro, ele levava semanalmente a famosa bagaceira (aguardente de uva), consumida por parte dos vereadores no intervalo. Em noites de baixa temperatura, misturada com café. Tudo transcorria com naturalidade, sem questionamentos sobre eventual falta de decoro. Eram outros tempos. Teve um dia que o jovem repórter Vander Luiz perguntou ao vivo na Rádio Universal para o vereador Djalmo Rodrigues. “Está boa a bagaceira do Maurinho?”

Em 1988, Mauro aceitou o convite de José Antonio Sanches Dias e candidatou-se a vice-prefeito pelo PTB. A dupla somou 7.152 votos (24,21%) e foi derrotada pela chapa Zito Garcia/Antonio Carlos Pereira Rios (PMDB), com 11.226 votos (38%). Em nova propaganda no O Democrata, “o nosso vice” era descrito como “filho de vitivinicultores; desde cedo aprendeu a respeitar a terra e a natureza, o que moldou seu temperamento calmo e seu estilo simples e alegre”.

Cursou o primário no Grupo Escolar de Canguera e o secundário no Ginásio Estadual de Ibiúna e no Colégio Manley Lane. Formou-se em 1978 na Faculdade de Ciências Contábeis e Administração de Sorocaba. “Concluídos os estudos, Mauro assumiu a administração da empresa do pai, fabricante dos afamados Vinhos Palmeiras, da qual tornou-se sócio-proprietário.” Nesse período, também foi presidente da Festa do Vinho de São Roque (1984 a 1986).

Em 2004, retornou à Câmara Municipal de São Roque como suplente e, no mesmo ano, foi eleito com 1.126 votos para o mandato de 2005–2008, sendo o terceiro mais votado, atrás de Israel Toco (1.412) e João Paulo de Oliveira (1.230). Transferiu a experiência política ao filho Mauro Salvador Sgueglia de Góes, que exerceu dois mandatos de vereador e presidiu a Câmara.

Na Feira Permanente (Recinto da Festa do Vinho), no final da década de 1980, começou uma nova atividade ao lado da esposa: a venda de massas caseiras nas manhãs de domingo, na Barraca dos Vinhos Palmeiras. Esse início modesto deu origem a um empreendimento de sucesso: a Cantina Tia Lina, no Roteiro do Vinho.

Houve ainda o Maurinho esportista. Zagueiro campeão do Torneio Laudo Natel de 1974, que terminou em 1985. Foi o autor do polêmico gol de empate contra o Paulistano (1×1), na Vila Aguiar, partida que confirmou o título para o Canguera. O Democrata registrou que o Paulistano abriu o placar com Marcos Tatu, cobrando pênalti aos 31 minutos no primeiro tempo. “O gol de empate pelo Canguera chegou aos 27 minutos da fase complementar com um tiro forte de Maurinho, que, segundo muitos, estava em posição irregular. Daí, cenas deprimentes [briga envolvendo torcedores e dirigentes] com expulsões, inclusive.” O Canguera campeão jogou com: Efaneu, Amaral, Derinho, Henrique, Maurinho, Neto, Rubinho (Baito), Plínio, Roberto Godinho (Nelsinho), Dinho e Zé Carlos. Técnico: Dinho Marchi.

Vander Luiz

São-roquense, radialista e jornalista

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