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Vereador Etelvino diz que empresa de ônibus não sobrevive com linhas municipais em São Roque: “Não existe milagre”

Nesta segunda-feira (10), o vereador Etelvino Nogueira (PSDB) ocupou a tribuna da Câmara Municipal para dizer que nenhuma empresa consegue atender as exigências estabelecidas para operar nas linhas municipais de São Roque.

Funcionários da Viação São Roque entraram em greve no sábado (8) por conta do atraso no pagamento dos salários vencidos no quinto dia útil do mês. A paralisação atinge todas as linhas municipais e as ligações de São Roque com Mairinque, Alumínio e Ibiúna.

“Quando da licitação houve empate técnico e como presidente da Câmara fui convidado para fazer o sorteio. Quando eu tirei o nome da Viação São Roque o representante da empresa perdedora disse que alívio. Evitou que a gente solicitasse para não ficar com esse serviço. Eu alertei o problema porque a empresa tem que fornecer 120 mil passes por mês para a Prefeitura”, disse.

Vereador Etelvino Nogueira:
Vereador Etelvino Nogueira: representante de empresa que perdeu concorrência em São Roque ficou aliviado com a decisão

“Está na hora do atual prefeito ou o próximo buscar uma solução. O que não é justo é as pessoas ficarem ligando cedo para nós porque estão a pé e não conseguem ir trabalhar. Se não enfrentarmos vai continuar essa situação. Porque não existe milagre”, alertou.

Citou que a São Roque é a única cidade da região onde pessoas a partir de 60 anos tem direito ao transporte gratuito. Nas outras cidades a idade mínima é de 65 anos.

Destacou que a Prefeitura de São Roque não oferece subsídio para a Viação São Roque e apenas paga apenas cerca de 100 mil reais por mês para o transporte de estudantes do ensino médio.

Enquanto isso, a empresa tem que transportar gratuitamente alunos do ensino fundamental, guardas municipais, guarda-mirins e pessoas deficientes e seus acompanhantes.

A Viação São Roque já questionou a Prefeitura solicitando um controle mais rígido na emissão das carteirinhas que dão direito ao transporte gratuito. Existem “acompanhantes” que utilizam o transporte público sem a pessoa deficiente.

Neste caso, o cobrador fica muitas vezes em uma situação difícil e sem condições de evitar o embarque.

Se as linhas municipais de São Roque são inviáveis financeiramente, o usuário não pode continuar sofrendo com a redução de horários nas linhas e sendo obrigada a embarcar em veículos em péssimo estado de conservação.

Prefeitura, EMTU (responsável pelas linhas intermunicipais na região metropolitana de Sorocaba) e Viação São Roque precisam tomar providências urgentes.

Outras cidades da região também passam por dificuldades. Nesta segunda-feira, funcionários da empresa Jundiá ameaçaram entrar em greve. A empresa alega que as prefeituras de Mairinque e Alumínio não estão repassando os subsídios.

Segundo uma fonte do Sindicato dos Rodoviários, Mairinque estaria devendo mais de dois milhões e meio de reais e Alumínio algo em torno de dois milhões de reais.

Em reunião as duas prefeituras se comprometeram a repassar cerca de 400 mil reais para o pagamento dos funcionários. A Jundiá espera o repasse total para que possa saldar seus compromissos.

Vander Luiz

São-roquense, radialista e jornalista

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