Justiça prorroga por mais seis meses afastamento de Lili Aymar da Prefeitura de Araçariguama

Por: Simone Judica*
A prefeita eleita de Araçariguama, Lili Aymar, deverá permanecer afastada do cargo de Chefe do Executivo Municipal por mais seis meses, por ordem do juiz de Direito da Primeira Vara da Comarca de São Roque, Rogê Naim Tenn. De acordo com a decisão judicial, proferida na noite de ontem (9), da qual cabe recurso, o afastamento previsto para terminar em 18 de abril fica prorrogado até 18 de outubro.
A prorrogação do afastamento de Lili Aymar foi pedida na Justiça pelo Município de Araçariguama, representado pelo prefeito em exercício, João Batista Damy Correa Júnior – Joca, que desde o final do ano passado passou a fazer parte do processo judicial movido pelo Ministério Público contra Lili e seu marido Carlos Aymar, unindo forças com a Promotoria de Justiça contra o casal.

Para a Promotoria de Justiça, representada no processo pela promotora Suzana Peyrer Laino Ficker, “o retorno da ré ao comando do Executivo Municipal causará perigo de dano à ordem pública do Município”.
A Promotoria pede que Lili Aymar permaneça afastada do cargo de prefeita até 31 de dezembro de 2020, com base em uma série de documentos recentemente apresentados ao Poder Judiciário pela Prefeitura de Araçariguama.
Nas palavras da promotora, “tal documentação traz notícia de dispensas irregulares de licitação, com depósitos bancários diretos a diversos fornecedores de forma ilegal, fraudes em notas fiscais envolvendo o genro da Prefeita Municipal, então Secretário da Cultura Davi Bem Manczur Gonçalves, suspeita de pagamento de viagens ao exterior por referido indivíduo com dinheiro público, irregularidades no regime de adiantamento de verbas a funcionários municipais (objeto de inquérito civil nesta promotoria de Justiça), fatos estes que serão devidamente apurados, porém, justificam a necessidade da medida em comento, neste momento”.
Além desses argumentos, o Ministério Público também pondera que “diante do estado de calamidade decretado no Estado, e no país, certamente não se mostra nada razoável a troca da Chefia do Executivo Municipal de Araçariguama, nem neste momento e nem tampouco pelos próximos meses, até que o país – e o mundo – se restabeleçam, ainda que parcialmente”.
Ciente dos documentos e argumentos trazidos pela Prefeitura de Araçariguama e pela Promotoria de Justiça, o juiz mantém a prefeita eleita Lili Aymar afastada por mais seis meses, contados a partir do final do primeiro período de afastamento.
Por meio de sua assessoria, Lili Aymar informou que recorrerá da decisão. Em sua página no Facebook, a prefeita afastada transmite uma mensagem de confiança e esperança aos seus seguidores.
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* Simone Judica é advogada, jornalista e colunista do site www.vanderluiz.com.br (simonejudica@gmail.com.br)