Cultura é “enterrada” após rejeição de emenda na Câmara Municipal
Representantes da cultura fizeram um protesto na noite de terça-feira contra a rejeição de emenda que aumentava o percentual do setor no Plano Plurianual (PPA de 2018/21) aprovado na segunda-feira pela Câmara de São Roque com o texto original apresentado pelo prefeito Claudio Góes.
O movimento denominado “enterro da cultura” começou na praça da Matriz e passou pela Câmara, Prefeitura e terminou no Centro Cultural Brasital.
A emenda apresentada pelo vereador Guto Issa (Rede) propunha que a Cultura tivesse 0,7% do orçamento em 2018 aumentado nos anos seguintes para 0,8% (2019), 0,9% (2020) e 1% (2021).
A proposta foi rejeitada por 9 a 5. Votaram contra as emendas os vereadores Alacir Raysel, Fábio Brito, Israel Toco, Alexandre Veterinário, José Luiz Piniquinho, Júlio Mariano, Marquinho Arruda, Maurinho de Góes e Cabo Jean.
Em primeiro turno cinco vereadores foram favoráveis à emenda: Guto Issa, Etelvino Nogueira, Alfredo Estrada, Rafael Tanzi e Rafael Marreiro.
No segundo turno, foram quatro votos porque o Rafael Marreiro não participou da sessão extraordinária.
Durante a manifestação os vereadores que foram contrários a emenda tiveram os nomes escritos em cruz.
Com a rejeição da emenda, a cultura terá por ano 0,22% do orçamento, algo em torno de R$ 600 mil dependendo do valor final do orçamento.
O prefeito Claudio Góes reuniu-se com vereadores na manhã de segunda-feira para pedir que o PPA e a Lei Orçamentária (LOA 2018) não fossem desfigurados com a apresentação de emendas e que a Prefeitura não tem dinheiro para atender as emendas dos vereadores.
A maioria dos vereadores atendeu ao pedido e retirou as emendas. Apenas Guto Issa (emenda da cultura), Etelvino Nogueira (três emendas) e Alfredo Estradas (39 emendas no PPA) mantiveram as propostas que foram rejeitadas.
O músico Edson D’Aísa disse que o protesto reuniu mais de cem pessoas e que recebeu apoio dos moradores durante o cortejo.
Edson criticou a falta de diálogo da Prefeitura, mas principalmente a postura de alguns vereadores que teriam garantido apoio à emenda.
O Conselho de Cultura também reclama que não foi consultado para opinar sobre os recentes remanejamentos de verba por conta de projetos aprovados pela Câmara Municipal.
Em abril, em um dos remanejamentos, foram anulados do orçamento R$ 1,688 milhão referentes ao Fundo Municipal de Cultura.
Estão previstas novas manifestações seguindo as tradições do luto. Na semana que vem será o protesto “pelo sétimo dia da morte da cultura em São Roque”. A partir daí serão programadas manifestações mensais para lembrar a data.
O site está aberto para ouvir o prefeito Claudio Góes, a chefe da Divisão de Cultura, Mari Dineri de Moraes e vereadores.
Uma cidade sem cultura é, uma cidade sem passado, sem presente e sem futuro.