“Claudio Góes está dormindo com os inimigos. As cobras estão embaixo do seu travesseiro”, dispara Guto Issa após três vereadores do partido do prefeito votarem por adiamento de projeto
O líder do prefeito na Câmara Municipal, Guto Issa (Rede) ficou revoltado com o posicionamento dos vereadores Etelvino Nogueira, Marquinho Arruda e Israel que apesar de serem do mesmo partido do prefeito Claudio Góes (PSDB) votaram pelo adiamento para a próxima sessão do projeto de Lei 34/E/2017 que autoriza a Prefeitura a assinar convênio com a Sabesp para a realização de operação tapa-buraco em serviços realizados pela empresa. Alexandre Veterinário foi o único tucano a votar contra o adiamento.
“Colocar a minha estranheza com alguns vereadores do partido do prefeito. Vou dizer para ele amanhã em alto e bom som que está dormindo com os inimigos. As cobras estão embaixo do seu travesseiro. Porque a gente tem aqui o apoio de vereadores que foram eleitos com outros candidatos [Marquinho Chula e Daniel da Padaria] e os próprios candidatos do prefeito, da base dele, sistematicamente vem dificultando a aprovação dos projetos. Qualquer projeto, pode ser o melhor projeto do mundo, mas sistematicamente ocorre uma tentativa de desestabilizar o prefeito Claudio Góes. Vereadores do próprio partido como foi nessa votação aqui”.
VEJA GUTO ISSA NA TRIBUNA DA CÂMARA EM EXPLICAÇÕES PESSOAIS
“Isso já aconteceu em outros projetos. Estou deixando bem claro a minha insatisfação em liderar uma bancada em que não se entende, nem o próprio partido do prefeito. Os vereadores do prefeito dificultam o seu governo, sistematicamente. Projeto importante para a cidade, como este da Sabesp, com a cidade inteirinha com buracos abertos pela Sabesp”.
“A Prefeitura tentando melhorar e os vereadores da base dificultando para fazer o joguinho político, aquele joguinho baixo que fizeram durante os seus mandatos. Estou deixando bem claro a minha insatisfação como líder do prefeito com os vereadores do próprio partido dele. Não todos, o vereador Alexandre Veterinário foi impecável aqui na votação.”
“O prefeito Claudio Góes tem tido o apoio da Câmara de vereadores eleitos tanto com o Marquinho Chula e com o Daniel da Padaria, o que tem feito a diferença em muitas votações. Ele está dormindo com o inimigo. Então, prefeito Claudio Góes, abre o olho que a coisa está feia. Senão, vão comer o senhor pelo pé”.
A polêmica começou quando Etelvino Nogueira (PSDB) questionou o convênio entendo que poderia não ser bom negócio para a Prefeitura. Na sessão passada, já havia dito que esse tipo de convênio ocorreu durante a administração Efaneu Nolasco Godinho e se não continuou deve ter ocorrido algum problema.
Etelvino também citou que para ele tipo de convênio tem problema com o Tribunal de Contas e que em conversa com o gerente da Sabesp em São Roque, José Cícero de Sá, onde também participou o presidente da Câmara Niltinho Bastos, ficou sabendo que o prazo para que o convênio entre em funcionamento pode levar até seis meses para que sejam cumpridas todas as questões burocráticas. “Não sei se deveria passar essa informação aqui, mas vou falar”.
Niltinho confirmou a conversa, mas disse que procurou se informar sobre essa situação. “O prefeito Claudio Góes disse que conversou com Maurício [Tápia, superintendente regional da Sabesp] e que o convênio estrará em funcionamento “imediatamente”.
Rafael Marreiro (PSB) e Flávio Brito (PROS) questionaram a se a Prefeitura teria condições de assumir mais essa responsabilidade. Por sua vez, Júlio Mariano (PSB) defendeu o projeto e destacou que a Sabesp vai pagar pelo serviço e que pelo valor oferecido o convênio vai ser compensador.
Não ficou claro, se a Prefeitura vai repassar o serviço para uma empresa ou realizará os reparos com funcionários próprios.
Diante do impasse, Etelvino Nogueira pediu para que o projeto fosse adiado por duas sessões para se buscar mais informações. Porém, por se tratar de projeto em regime de urgência o adiamento máximo é de apenas uma sessão. Na prática duas, porque voltaria à pauta na sessão do dia 22.
Toco tentou buscar um equilíbrio e sugeriu o adiamento por uma semana (votação na próxima segunda-feira, dia 15). De acordo com o regimento interno vai para votação a proposta de menor prazo. No caso, a sugestão do vereador Toco.
Porém, Toco retirou a proposta verbal fazendo com que voltasse para a votação da proposta do vereador Etelvino pelo adiamento de uma sessão. Achou complicado? São detalhes do Regimento Interno da Câmara Municipal.
A proposta de Etelvino foi rejeitada. Dessa forma o projeto seria votado na noite de ontem. Houve empate no plenário (7×7) e pela primeira vez na legislatura, foi necessário o voto de minerva do presidente Niltinho Bastos (PP) que foi contra o adiamento.
Foram contra o adiamento Maurinho de Góes (PSD), Alacir Raysel (DEM), Júlio Mariano (PSB), Guto Issa (Rede), Israel Toco (PSDB), Alexandre Veterinário (PSDB), Cabo Jean (Rede) e Niltinho Bastos (PP). Votaram pelo adiamento e foram votos vencidos: Marquinho Arruda (PSDB), Etelvino Nogueira (PSDB), Rafael Marreiro (PSB), José Luiz Piniquinho (PR), Alfredo Estrada (PSC), Rafael Tanzi (PP) e Flávio Brito (PROS).
Não adiantou o aceno de mão de Alexandre Veterinário pedindo para que Marquinho Arruda se levantasse e também votasse contra o adiamento.
NOVA PROPOSTA DE ADIAMENTO
Porém, contudo, entretanto, Etelvino Nogueira fez uma nova proposta verbal. Dessa vez, para que o projeto fosse adiado por uma semana e não mais por uma sessão. Houve, um pedido de intervalo para que os vereadores discutissem na sala de comissões.
Ao retornar ao plenário, Guto disse que não mudaria de opinião e chegou a comentar que a votação iria mostrar quem é situação e quem é oposição.
Desta vez, os vereadores Israel Toco (PSDB) e Júlio Mariano (PSB) votaram pelo adiamento estabelecendo a derrota da base do prefeito por 9 x 5, sem a necessidade do voto do presidente.
Votaram pelo adiamento e saíram vencedores: Etelvino Nogueira (PSDB), Marquinho Arruda (PSDB), Israel Toco (PSDB), Rafael Marreiro (PSB), Piniquinho (PR), Alfredo Estrada (PSC), Rafael Tanzi (PP), Flávio Brito (PROS) e Júlio Marino (PSB). Contra o adiamento: Alexandre Veterinário (PSDB), Maurinho de Góes (PSD), Alacir Raysel (DEM), Guto Issa (Rede) e Cabo Jean (Rede).
Após o desabafo de Guto Issa na tribuna, em explicações pessoais, nenhum vereador se manifestou.