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Câmara aceita denúncia contra o vereador Kalunga. Comissão tem 90 dias para dar sequência ao processo de cassação ou pedir arquivamento




A Câmara Municipal de São Roque aceitou nesta segunda-feira (29 de agosto) com sete votos favoráveis e seis contrários a denúncia que pede a cassação do vereador Adenilson Mestre Kalunga Correia (PSL) protocolada pelo cidadão Emmerson José Ferreira Pinto (Chicho).

Segundo o denunciante, Kalunga teria cometido falsidade ideológica por ter informado na campanha eleitoral de 2012 que possui “grau de instrução em curso superior” sendo que no registro da candidatura deste ano consta que tem “ensino médio completo”.

Vereador Kalunga
Vereador Adenilson Mestre Kalunga Correia (PSL)

Sete vereadores aceitaram a denúncia: Luiz Gonzaga (PSTC), Maurinho de Góes (PSDB), Israel Toco (PSDB), Donizete Carteiro (PSDB), Guto Issa (Rede), Alacir Raysel (DEM) e Alexandre Mandi (PMDB).

Os seis votos contrários foram de Etelvino Nogueira (PSDB), Flávio Brito (PROS), Zé Camargo (PROS), Zé Dentista (PSL), Osmar da Josdan (DEM) e Rafael Marrreiro (PSB). O presidente da Câmara, Alfredo Fernandes Estrada, só vota em caso de empate e Mestre Kalunga não votou por ser parte interessada.

Os votos de Alacir Raysel e Alexandre Mandi favoráveis ao encaminhamento da denúncia foram considerados de certa forma surpreendentes porque a exemplo de Kalunga fazem parte da base de sustentação do prefeito Daniel da Padaria.

Na sequência foi sorteada a comissão que terá 90 dias para analisar o caso e será presidida por Alexandre Mandi (presidente), com  Zé Camargo (relator) e Flávio Brito (membro). Ao final deste período a comissão poderá elaborar parecer favorável ao pedido de cassação ou optar pelo arquivamento da denúncia.

Nenhum vereador se manifestou durante a votação nem mesmo Kalunga. Apenas após a leitura da denúncia Rafael Marreiro pediu para que sessão fosse suspensa por cinco minutos para que os vereadores se reunissem na sala de comissões. No retorno, ocorreu a votação sem nenhum comentário.

Por sinal, a sessão desta segunda-feira não teve nenhum debate. Resta saber se esta será uma tendência nas próximas sessões com a aproximação da eleição de 2 de outubro e os vereadores evitando exposições.

A denúncia só foi comentada pelo vereador Etelvino durante o uso da tribuna. “Nós estamos com problemas no transporte coletivo [que estava em greve durante a sessão], na saúde, na educação e na manutenção das estradas e de repente nós estamos entrando em discussões de grupos políticos”.

“Para mim é uma tristeza. Vereador não entra pela porta dos fundos nessa casa de leis. Ele entra eleito pelo povo. Não quero entrar no mérito, mas será que nós temos condições de julgar alguns casos que são apresentados nesta casa? Nós temos a justiça comum e suas instâncias. Nós temos que discutir os problemas do município. Nós temos que tomar cuidado porque estamos sendo envolvidos e muitos dos nobres pares não estão percebendo isso”.

O vereador Kalunga recebeu o blog em seu gabinete após a sessão, mas preferiu não gravar entrevista. Disse que está reunindo toda a documentação para a defesa e que irá se manifestar oportunamente através de nota oficial.



Vander Luiz

São-roquense, radialista e jornalista

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