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Peixe paulistinha será utilizado em teste de coronavírus em diagnóstico criado por pesquisadores da USP

Projeto desenvolvido no ICB-USP por bolsistas da FAPESP ficou na terceira colocação em competição internacional. Foto divulgação

Pesquisadores brasileiros da USP (Universidade de São Paulo) desenvolveram um método para identificar a contaminação por covid-19 através do peixe paulistinha (zebrafish como é chamado no exterior). O pequeno peixe ornamental será utilizado como máquina de teste.

O projeto desenvolvido por bolsista da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo) ficou em terceiro lugar em competição internacional  de Hackathon, onde participaram mais de 600 projetos de 40 países.

Hackathon é a combinação entre os termos hack (especificamente o verbo to hack,no sentido de programar com expertise) e marathon (maratona), mas já não se limita à produção de software, sendo empregada por diversas empresas ao redor do mundo na criação de alternativas para problemas. Em geral, é o ambiente ideal para o desenvolvimento da inovação.

Neste caso, a maratona científica buscava soluções para a pandemia de covid-19.

A tecnologia usa uma fita diagnóstica com um QR code que ao ser lido por um aplicativo fornece rapidamente o resultado – positivo ou negativo – para coronavírus.

Ao invés de detectar o vírus por uma máquina ou reagente químico, os pesquisadores colocaram uma proteína do novo coronavírus no peixe e esperaram a reação.

“Conseguimos com a professora Cristiane Carvalho, que trabalha em conjunto com os professores Edison Durigon, ambos do ICB, e Shaker Chuck Farah, do Instituto de Química da USP, diferentes fragmentos de uma proteína do novo coronavírus chamada spike. Nós a injetamos no Zebrafish e isolamos os anticorpos dos ovos”, contou ao Jornal da USP Ives Charlie.

Esses anticorpos produzidos pelo peixe então são reproduzidos, isolados e colocados em fitas com códigos QR Code, que podem ser acessados pelo celular e dizem qual é o diagnóstico do paciente.

Os pesquisadores desenvolveram um projeto para um hackathon, uma espécie de maratona científica para buscar soluções para a pandemia de covid-19.

O vídeo abaixo em inglês  mostra como funciona o diagnóstico

Peixinho com vocação para pesquisas genéticas

Paulistinha: do aquário para o laboratório

Um pequeno peixe listrado, que antigamente ficava nos aquários dentro de casa decorando ambientes, está cada vez mais chamando a atenção da comunidade científica mundial. O zebrafish ou peixe paulistinha hoje é usado cada vez mais em pesquisas, principalmente na área genética.

“O custo de manutenção do zebrafish em laboratório é baixo e em poucos meses consigo ter uma geração inteira de animais. A fertilização dele é externa e posso acompanhar desde a fase de embrião até a fase adulta. Além disso, o genoma do zebrafish é 70% parecido com o do ser humano”

“Tudo isso facilita a manipulação genética com vistas a criar modelos para estudos de doenças humanas”, diz a geneticista Cláudia Vianna Maurer Morelli, pesquisadora associada do BRAINN e responsável pelo Laboratório Zebrafish da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp.

Vander Luiz

São-roquense, radialista e jornalista

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