Globo anuncia o fim do Vídeo Show; alerta aos programas esportivos de longas conversas e pouca informação
A Rede Globo confirmou nesta terça-feira (8) que o despois de 35 anos no ar o programa Vídeo Show deixará a programação da emissora com a despedida na próxima sexta-feira (11).
O Vídeo Show era um dos meus programas favoritos por mostrar os bastidores da emissora e, principalmente, e de manter viva a memória de artistas e programas.
Nos últimos anos, o programa perdeu a essência que cativava desde a primeira edição, na tarde do domingo (14). dia 20 de março de 1983 com a apresentação de Tássia Camargo.
Foram dezenas de apresentadores, se no entanto mudar o estilo de jogo.
Uma lista de artistas e jornalistas estiveram no comando da atração. Somente nos primeiros anos foram mais 60 apresentadores como destaca o livro Dicionário da TV Globo.
Entre eles, André de Biase, Carla Camurati, Cissa Guimarães, Élida L’Astorina, Eva Wilma, Kadu Moliterno, Lauro Corona, Lucélia Santos, Lúcia Veríssimo, Malu Mader, Myrian Rios, Patrícia Pillar, Paulo Betti, Rômulo Arantes, Tony Ramos…
A gente ficaria até amanhã citando nomes, mas claro que não posso deixar de falar de Miguel Falabella que assumiu o comando em 1987 e permaneceu por 13 anos até a chegada de André Marques em dezembro de 2001.
Em 11 de abril de 1994, passou a ser diário, mas no formato semanal foi apresentando ao sábado (14h30) com a apresentação de Marcelo Tas.
Isso sem contar o trabalho fundamental de diretores, produtores, editores e tantos outros profissionais.
O Vídeo Show perdeu a identidade quando passou a ter muita conversa e pouca informação e, principalmente, pouca memória. O novo formato foi uma decepção para quem gosta de matérias bem editadas e precisão da informação.
Alguém pode falar. Esse material de arquivo está a um clique na internete. Não é bem assim.
Lamento o fim do Vídeo Show que deixou de ser um show no vídeo. Como lamentei quando o Show da Manhã da Jovem Pan virou Morning Show.
Tenho medo esse seja também o destino de boa parte da programação esportiva do rádio e da televisão, onde tem muita conversa e pouca informação.
Não estou dizendo que os colegas de profissão que fazem uma nova versão das tradicionais mesas redondas não são competentes, não são bem informados ou que não possuem opiniões de peso.
Nada disso. Apenas entendo ser mais interessante a presença do repórter nos treinos, nos jogos principalmente vestiários e posições definidas.
Entendo que nem todo mundo nasceu para ser comentarista – como é o meu caso. Admiro a figura central do apresentador chamando reportagens.
Sou mais o formato antigo, com apresentador, repórter e comentarista. Como em um time de futebol: goleiro, zagueiro, lateral, meio de campo, atacante e técnico.
É mais cômodo abrir o microfone e reunir todos os dias o mesmo grupo de jornalistas com eventuais convidados eu mesmo participo de um programa neste estilo. O Futebol em Rede com os companheiros Luís Carlos Quartarollo e Fábio Seródio.
Está difícil conseguir patrocinadores. A realidade não é fácil, mas não se pode perder a essência de um programa e nem deixar todos parecidos demais ao ponto de não se saber qual é o canal ou o nome do programa.
O fim do Vídeo Show também é um recado para o jornalismo esportivo não se esqueça das origens.