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Elisa Aparecida de Andrade – Dia da Consciência Negra Câmara de São Roque

 

Nascida na cidade de São Paulo, em 07/03/1948, mais precisamente no Bairro do Limão, a senhora Elisa Aparecida de Andrade, é uma daquelas mulheres que podemos chamar de “guerreira”.

Filha de Claro Benedito de Andrade e Maria Benedita da Costa Andrade, é a segunda filha de uma família composta ao todo de cinco irmãos.

Dona Elisa de Andrade homenagem da Câmara de São Roque no Dia da Consciência Negra

 

Ainda muito pequena, sua família mudou-se para a cidade de Sorocaba, depois para Mairinque e posteriormente para São Roque, onde vive até hoje, há mais de quarenta anos.

Desde muito cedo, na época, aos 12 anos de idade, começou a trabalhar, cuidando de crianças, para auxiliar no sustento de sua família. Aos 18 anos de idade, já residente na cidade de Mairinque, começou a trabalhar em uma oficina de costura, localizada na Rua José Paulino, no Bairro do Brás em São Paulo, como costureira. Ao longo dos seis anos em que trabalhou nessa oficina de costura, acordava todo dia, de madrugada, para pegar o trem “subúrbio”, que partia de Mairinque com destino a São Paulo, e assim foi até se casar, aos 24 anos.

 

Do seu matrimônio, concebeu três filhos: Alexandre (41 anos), Eliton (40 anos) e Fabiano (39 anos). Seu marido viajava muito a trabalho, e Dona Elisa, atendendo ao pedido do marido, muito comum à época, saiu do seu emprego como costureira, para dedicar-se exclusivamente ao lar, cuidando da casa e da educação dos filhos, o qual fez com muito amor e dedicação.

Aos 38 anos de idade, numa dessas viagens que o marido fazia a trabalho, o marido de Dona Elisa nunca mais retornou. Nessa ocasião, Dona Elisa ficou sozinha, com a responsabilidade de continuar cuidando, educando e a partir daí, também provendo o sustento dos filhos, sendo que seu filho maior estava com apenas 9 anos de idade e o mais novo com 7 anos de idade.

Dona Elisa voltou a trabalhar em oficinas de costura locais, e permaneceu trabalhando durante os 20 anos que sucederam a partida de seu marido, quando por motivos de saúde, teve que deixar de exercer a sua profissão.

Prestes a completar 70 anos de idade, Dona Elisa ainda não conseguiu se aposentar, pois devido à perda de sua carteira de trabalho, infelizmente não consegue comprovar todo período trabalhado.

Hoje, os filhos de Dona Elisa é que provêm o seu sustento, que certamente fazem, com muita gratidão e orgulho dessa mãe, que jamais desistiu ou fraquejou, mesmo diante de todas as adversidades pelas quais passou, para educar e criar seus filhos.

Durante aproximadamente quatro anos, Dona Elisa praticou trabalho voluntário na Legião de Maria, no Seminário no Bairro Marmeleiro, que fazia a distribuição de cestas básicas e prestava assistência à famílias carentes.

Dona Elisa é uma mulher que pode servir de exemplo a todas as pessoas, que mostrou através da sua história de vida, que toda pessoa é capaz de lutar por seus objetivos, em qualquer tempo, não importando quais são as condições ou as suas dificuldades, objetivando a razão maior pelo qual precisa vencer.

Em 20 de Novembro, comemoramos o “Dia da Consciência Negra”. Essa data foi determinada em homenagem a “Zumbi dos Palmares”, este personagem histórico, que representou a luta do negro contra a escravidão, no período do Brasil Colonial, defendendo seu povo e sua comunidade.

Nada mais justo que, também prestemos nossa singela homenagem, à Dona Elisa, uma pessoa que tão bem representa a força de uma raça que muito colaborou, no desenvolvimento da história do Brasil, nos aspectos políticos, sociais, gastronômicos, religiosos, dentre tantos outros e hoje, no auge dos seus 69 anos de idade, transmite a alegria por onde passa, com o seu largo sorriso.

Texto: Câmara Municipal de São Roque para sessão em homenagem ao “Dia da Consciência Negra”, em 30 de novembro de 2017.

Vander Luiz

São-roquense, radialista e jornalista

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