Renê Averoldi e Ferso Jóias: uma foto uma história
O comerciante Jonas de Souza faleceu aos 96 anos na madrugada do domingo dia 14 de agosto. Foi proprietário da Ferso Joias, presidente da Associação Comercial de São Roque e por mais de cinquenta anos manteve profunda ligação com o Rotary Club.
Jonas deixa a viúva Ruth Emery de Souza, de 98 anos, e os sobrinhos Márcio Mendes, João Castro, Soraia, Juliana e Roque Castro.
Os sobrinhos e advogada Lourdes de Fátima Virgílio Mendes (casada com Márcio) cederam fotos do arquivo pessoal de Jonas de Souza e dona Ruth.
Uma delas é de 1951 e mostra Jonas de Souza atrás do balcão enquanto um funcionário arruma a vitrine. O garoto é Renê Averoldi que hoje tem 79 anos.
“Trabalhei 18 anos na Ferso Joias. Eu estava no quarto ano do Grupo Escolar Bernardino de Campos e como tinha uma estatura um pouco além da minha idade comecei a trabalhar”, lembra Renê.
A loja era no número 73 da Avenida Tiradentes e depois mudou para a esquina com a Rui Barbosa em 1950. “Onde hoje está a Ferso Joias tinha a sorveteria do Constant de Lucca e do Dito Sorveteiro”.
Jonas de Souza começou a vender joias quando era funcionário da Sorocabana. “Vendia sem ter portas abertas para um senhor português muito rico chamado Ferreira. Um dia ele sugeriu que Jonas deveria abrir uma relojoaria em São Roque. Assim nasceu a Ferso Joias junção das primeiras sílabas dos sobrenomes Ferreira e Souza”.
Renê diz que Ferreira esporadicamente vinha a São Roque. “Era mais na época de balanço. Jonas e Ferreira tinham uma amizade que ia além dos negócios com um visitando a casa do outro”.
Renê começou varrendo a loja, arrumando as vitrines, mas depois passou a consertar relógios. “Jonas teve vários relojoeiros e um dele me ensinou o ofício. Consertava despertador, cuco, relógios de parede e mesa. Naquele tempo as pessoas gostavam de ter carrilhão em casa que tocava a cada 15 minutos com o mesmo som do Big Bem de Londres”.
Época que também se vendia muito relógio de bolso. “Tinha o Roskopf Patent. Os ferroviários de Mairinque adoravam esse relógio. Vendia igual pastel na Festa de São Roque. Tinham também os caixeiros viajantes que praticamente tinham uma loja dentro de suas malas”.
“Sai da Ferso Joias no di1 30 de abril de 1965 quando nasceu o meu filho, Fábio. Eu já tinha a Fabíola. Minha esposa era prima do empresário Carlos Pereira Paschoal que estava montando a Carambeí em São Roque. Ela passou a ter parte na sociedade e fui trabalhar na indústria têxtil”.
Essa é outra história muito interessante. Tempos da Fibrami, da Ramibras até chegar à Indústria Têxtil Carambeí S/A. “O Luiz Bíscaro comprou o prédio em um leilão e o Carlos Pereira Paschoal era sócio do Alfredo Metidieri em Sorocaba”.