Nota de falecimento. Machadinho, 97 anos
Faleceu nesta quarta-feira (29 de novembro), às 18h, Agenor Machado Filho aos 97 anos. Machadinho por mais de 20 anos foi meu vizinho de frente na Rua José Henrique da Costa (Jardim Bela Vista/Cambará). O velório será nesta quinta-feira (30 de novembro) das 8h00 às 13h30, no Velório Municipal.
Lembro quando ele começou a construção da casa por volta de 1975 e cerca de um ano depois mudou-se com a família, a esposa Nia, o filho de coração Bidi e a Maria Eugênia que devia ter uns três anos. Veio morar a duas casas dos sogro Lazinho de Andrade e dona Julieta.
Eu tinha uns 10 anos e sempre fui tratado com muito carinho pelo Machadinho, primeiro porque a gente sofria com a falta de títulos do Corinthians. Enquanto, o Bidi e o meu irmão Valdemir torciam para o Palmeiras que vinha de uma sequência de títulos, inclusive o Paulista de 1974 em cima do time do Parque São Jorge.
Primeiro ele comprou uma mesa de ping-pong instalada no quintal e depois uma mesa de snooker que ocupou a garagem. Ali muitos amigos e parentes passavam horas e horas jogando. Muitas vezes ele me chamou para os desafios na mesa ping-pong, com mais frequência no início do ano quando ele estava de férias das Casas Pernambucanas.
Trabalhou durante muitos anos nas Casas Pernambucanas, primeiro na Avenida Tiradentes esquina com a Rui Barbosa (Prédio Pedro Costa) e depois na XV de Novembro esquina com a Praça da Matriz. Uma loja que revolucionou o comércio de São Roque pelo tamanho e depois com a instalação da escada rolante que passou a ser uma atração turística.
Acreditem! Ele era o responsável por acender e apagar o luminoso das Casas Pernambucanas no final de semana. Tinha que sair de casa no início da noite para iluminar de amarelo a Praça da Matriz e voltava por volta das 22h para concluir a missão. O centro da cidade tinha vida noturna com o Bios Bar, Padaria Guarani e Lanchonete Bacana.
Ele contava que trabalhou nas Casas Pernambucanas de Osasco e que no primeiro final de semana, quando a loja fechou no sábado, desejou aos companheiros um bom descanso e até segunda-feira. Foi quando alguém alertou que domingo era dia de trabalho. Todos os vendedores tinham que sair com uma lata de tinta pintando portões e porteiras com o nome da loja. Mesmo aposentado passou a trabalhar em outras lojas de tecido.
Machadinho, obrigado por todo o carinho. Por sempre acompanhar e incentivar a minha carreira no rádio. Por ter ouvido as minhas narrações e por ter se emocionado com os gols do Corinthians que tive a felicidade de narrar.
Jamais esquecerei aquele incio de tarde de domingo, em 1978, quando o cunhado Hipólito de Andrade foi buscá-lo para assistir ao jogo do Milionários contra a Seleção de São Roque no campo da Portuguesa de Maylasky. Sabendo da minha paixão pelo futebol foi pedir para os meus pais se podia me levar. Graças a sua generosidade vi de perto perto Garrincha, Djalma Santos e outros craques do futebol brasileiro. Ficou a lição que devemos cuidar bem dos mais jovens. Uma criança nunca esquece o que um adulto faz por ela.
O nosso último encontro foi em junho deste ano quando o irmão João Machado (ex-vereador de São Roque) completou 99 anos. Machadinho fez 97 anos pouco depois no dia 7 de setembro.
Machadinho, missão cumprida e com louvor.
MACHADINHO COM O IRMÃO JOÃO MACHADO – JUNHO 2023