Nota de Falecimento: Ademar Jesus Santiago Silva, 72 anos
Faleceu na manhã desta segunda-feira, 28 de outubro, Ademar Jesus Santiago Silva, aos 72 anos, completados no último dia 5 de outubro. Ele estava internado há 18 dias no Hospital Evangélico de Sorocaba, devido a problemas cardíacos. O velório será nesta terça-feira (29 de outubro) das 8h às 16h. O sepultamento às 16h no Cemitério da Paz de São Roque.
Filho de Renee Santiago (nome da EMEI da Vila Aguiar) e Ampliato, Ademar era irmão de Maria Joaquina (Zinha, falecida), Idalina e Ana Lídia. Foi casado com a professora Míriam Aleixo Centofanti de quem era divorciado e dessa união deixa o filho Álvaro Antonio, de 22 anos.
Ademar era escritor, cantor e compositor, tendo participado de vários festivais. Fã de Raul Seixas, entre suas dezenas de composições destaca-se um hino dedicado a Santa Rita de Cássia, padroeira da Vila Aguiar. Conhecido por sua irreverência musical, na canção “O Democrata e os Quatro Anjos de Pedra”, Ademar conta sobre o dia em que, ao sair para comprar o jornal O Democrata – “como todo são-roquense” –, percebeu que os anjos da torre da Igreja Matriz haviam retornado ao céu.
No futebol, Ademar foi um dos fundadores do Colorado, equipe que marcou época no futebol de São Roque nas décadas de 1970 e 80. Boa parte dos grandes jogadores da cidade passaram pelo time do Capuava antes de encerrarem suas carreiras. Na juventude, ocupou o cargo de gerente de banco e trabalhou Carambeí, Carambella e Correios.
Nossos sentimentos aos familiares. Amigos e conhecidos lamentam essa triste despedida.
OUÇA “O DEMOCRATA E OS QUATRO ANJOS DE PEDRA”
“LOUVOR A GLORIOSA SANTA RITA DE CÁSSIA – ADEMAR SANTIAGO
OBITUÁRIO FOLHA DE SÃO PAULO (04 DEZEMBRO DE 2024)
Ícone de São Roque, presenteou a cidade com música e um time de futebol
Ademar Jesus Santiago viajou como mochileiro pelo Brasil e vários países da América Latina
Isabela Palhares
Apaixonado por rock, futebol e São Roque, Ademar Jesus Santiago conseguiu ao longo da vida unir as três paixões: presenteou a cidade, que fica a 62 km de São Paulo, com uma música e um time de futebol.
Curioso e cheio de vontade de conhecer o mundo, Ademar foi mochileiro na juventude. Viajou por várias cidades brasileiras e países da América Latina, mas nunca perdeu a vontade de voltar para sua cidade natal.
A paixão pela cidade foi herdada dos pais, Renee e Ampliato Santiago. O pai, que era português, chegou ao Brasil e se instalou em São Roque, onde decidiu que iria criar os quatro filhos: Maria Joaquina, Idalina, Ana Lídia e Ademar, o caçula.
Desde muito cedo Ademar se interessou pela música, com Raul Seixas e Beatles como as principais referências musicais. Assim, começou a tocar violão e a cantar em festivais de São Roque e das cidades da região.
“Ele gostava muito de compor as músicas que cantava. Como era muito fã de rock, suas letras tinham sempre uma pegada de rebeldia, mas ele também abraçava muito o lado místico da cidade e dava a elas um tom psicodélico, meio maluco beleza”, conta seu filho Álvaro Santiago Silva, 22.
Entre as dezenas de músicas que compôs, uma delas se tornou uma homenagem para São Roque: “O Democrata e os Quatro Anjos de Pedra”. Na canção, Ademar conta sobre o dia em que saiu para comprar o jornal O Democrata —”como todo são-roquense faz”— e viu os anjos de mármore da torre da igreja matriz retornando para o céu.
“Ele adorava tudo o que era tradicional da cidade, o jornal, a igreja, o cotidiano de quem mora aqui. Nessa música, ele mostrou como se sentia passeando por São Roque, um lugar onde se sentia relaxado para imaginar o que quisesse”, conta Álvaro.
Além da música, Ademar era também apaixonado por futebol. Na juventude se juntou com amigos para fundar o time Colorado, que marcou o futebol de São Roque nas décadas de 1970 e 1980.
Ademar nunca quis misturar suas paixões com o trabalho. Preferia que a música e o futebol fossem hobbies. Assim, trabalhou em bancos e depois fez carreira na área administrativa dos Correios.
“Quando se aposentou, ele aproveitou o tempo livre para se dedicar a tudo o que gostava. Passava a tarde escrevendo seus livros e músicas, começou a gravar no YouTube as canções que havia composto anos antes”, diz o filho.
Há muitos anos vivendo com a saúde debilitada por conta de problemas cardíacos, Ademar morreu, aos 72 anos, de insuficiência cardíaca em 28 de outubro. Ele deixa o filho, duas irmãs e muitos amigos em São Roque.
