Comissão de Exame de Denúncia da Câmara de São Roque vai investigar se houve uso político de doação do Instituto Votorantim para o combate ao coronavírus

A pedido do vereador Marquinho Arruda a Câmara Municipal de São Roque criou, na sessão de segunda-feira (6), uma Comissão de Exame de Denúncia para investigar se houve uso político do vereador Guto Issa na doação do Instituto Votorantim para o município de equipamentos para o combate ao coronavírus. A denúncia pode chegar à cassação de mandato.

O líder do prefeito Marquinho Arruda justifica que tomou a decisão porque o Instituto Votorantim encaminhou notificação extrajudicial para que Guto Issa retirasse das redes sociais vídeo em que cita que a doação teria ocorrido “através de intermediação do nosso mandato” que levou a Prefeitura de São Roque a firmar parceria com a entidade.

Por sua vez, Guto alega que se trata de uma manobra política da situação para prejudicar sua pré-candidatura à Prefeitura de São Roque e que recebeu nova correspondência do Instituto Votorantim que “reconhece por parte dos funcionários da CBA a atuação dele na coleta de dados, o fornecimento de contatos de responsáveis pelo Departamento de Saúde e no andamento das doações.

Diz ainda que o Instituto Votorantim “não viu má fé por parte do vereador na divulgação das doações” e que um novo vídeo poderá ser postado nas redes sociais desde que seja a retirada a palavra “intermediação”.

Leia: Doação do Instituto Votorantim para o combate ao coronavírus se transforma em discussão política na Câmara de São Roque, criação de Comissão de Ética e possibilidade de cassação.

Um sorteio definiu que a comissão será composta pelos vereadores Alacir Raysel (relator), Maurinho de Góes e Rafael Tanzi  e que tem o prazo de 15 dias para apresentar um parecer.

Os vereadores Marquinho Arruda e Guto Issa por serem partes envolvidas e o presidente da Câmara, Israel Toco, ficaram de fora do sorteio.

Se a comissão entender que não que a denúncia tem procedimento será montada uma Comissão de Investigação composta por três vereadores, um representante do Ministério Público e um da sociedade civil. Caso entenda que não procede, o caso será arquivado sem a necessidade de ser levado ao plenário para votação.

Acompanhe abaixo o vídeo com a leitura do pedido de criação da comissão feito por  Marquinho Arruda e a defesa de Guto Issa, na sessão de 6 de julho de 2020.