NOTÍCIAS

Clube Atlético Paulistano 75 anos

O Clube Atlético Paulistano completa 75 anos de fundação nesta sexta-feira, 28 de novembro. Um dos mais tradiconais clubes da região com sede na Vila Aguiar coleciona títulos muncipais e regionais e a passagem pelo futebol profissional inciada em 1986, quando chegou às semifinais da Terceira Divisão da Federação Paulista de Futebol, e que durou por alguns anos. Boa parte dos principais jogadores da região vestiram a camisa do Paulistano de São Roque. Na fase profissional, uma parceria com o São Paulo Futebol Clube, proporcionou a oportunidade que o menino Kaká precisava para demonstrar o talento que o levaria ao Milan (Itália) e a escolha de melhor jogador do mundo em 2007.

O Arquivo Vivo resgata a criação do clube quando o Jornal O Democrata noticiou no início de novembro de 1950 que “o Juvenil Paulitano tem a grata satisfação de comunicar aos afeiçoados do futebol que fará sua restréia nos meios futebolísticos local, amanhã, quando enfrentará no Campo da Vila Brasital, o forte esquadrão do Juvenil Guarany”. Fica claro que o Paulistano já existia antes do dia 28 de novembro de 1950 e que “depois de um longo tempo inativo, volta novamente o mais querido Juvenil da cidade a empolgar a sua grande legião de simpatizantes.

Apesar da posse da primeira diretoria dessa nova fase do Paulistano ter assumido no dia 30 de novembro de 1958, a fundação ocorreu dois dias antes na casa de Marcílio Montebelllo (Rua Quirino Aguiar, 16 – Vila Aguiar), quando reuniram-se Roque Remo Sasso, Nelson Ribeiro do Prado e Mário Moraes para a criação de um clube de futebol. Remo Sasso abriu a sessão dizendo que o nome Paulistano Futebol Club foi o escolhido “em vista de possuírem um vistoso uniforme com essa denominação.”

Dessa maneira, a reunião oficializou o clube com conselho deliberativo, diretoria e registro em cartório. Foi Mário Crucello que falou da necessidade o conselho deliberativo  para a eleição da diretoria. A proposta foi aceita e o conselho composto por Marcílio Montebello, Mário de Moraes, Mário Crucello (presidente), Domingos de Camargo, Joaquim Francisco de Paula, José Lisboa, Paulo Masetto, Remo Roque Sasso, Nelson Ribeiro do Prado, Benedito de Almeida Filho, Cláudio Alonso, Júlio Marcunhas Batista Vani, Júlio de Oliveira, José Antonio da Cunha (Zé Toco), Benedito Antonio Gonçalves, Elílio Franceschi (secretário), Afonso Marcunhas, Djalma Pericles Boccato, Antonio Franceschi, Antonio Luiz Molina e Oscar Soares.

Dois dias depois (30 de novembro), os conselheiros reuniram-se para a eleição com voto secreto da primeira diretoria, com a seguinte votação: Presidente: Antonio Franceschi (9 votos), Nelson Ribeiro do Prado (4), Remo Sasso (3), Domingos de Camargo (1) e Joaquim Francisco de Paula (1)

Vice-presidente: Joaquim Francisco de Paula (8), Marcílio Montebello (3), Antonio Franceschi (2), Remo Sasso (2), Nelson Ribeiro do Prado (2), Domingos de Camargo (1).

Primeiro secretário: Elídio Franceschi (9), Remo Sasso (5), Domingos de Camargo (2), Marcílio Montebello (1), José Lisboa (1).  Segundo secretário: Remo Sasso (3, eleito), Joaquim Francisco de Paula (5), Elídio Franceschi (3),Antonio Molina (2) Djalma Pericles Boccato (1), José Lisboa (1), Afonso Marcunhas (1) e Cláudio Afonso. Remo Sasso o vencedor porque Joaquim Francisco escolheu o cargo de vice-presidente e Elídio Franceschi optou por ser primeiro secretário.

Primeiro tesoureiro: Júlio de Oliveira (7), Elídio Franceschi (3), Marcílio Montebello (3), Nelson Ribeiro do Prado (2), Afonso Marcunhas (2) e Domingos de Camargo (1) Segundo tesoureiro: Afonso Marcunhas (8), Antonio Molina (4), Júlio de Oliveira (2, José Lisboa (1), Marcílio Montebello (1), Júlio Marcunhas (1), Nelson Ribeiro do Prado (1). Diretor esportivo: Mário Crucello (15), Marcílo Montebello (2), Antonio Franceschi (1)

O primeiro ato da direotoria foi marcar treinos para as quartas e sextas-feiras. O diretor esportes, Mário Crucello, avisou que os jogadores seriam rigorosamente controlados por ele, com os faltosos recebendo multas e suspensões. A linha dura não resistiu por muito tempo. Em fevereiro de 1952, Crucello deixou o cargo para ser assumir a função de caixa. Foi subsituito por Ricardo Tambelli

CAMPO DA VILA AGUIAR

Hoje, o campo a Vila Aguiar/Vila Brasital pertence ao Paulistano (com uma parte cedida pela Prefeitura de São Roque após a compra da Brasital, em 1987), mas em 1950 outros times mandavam jogos no local. Tanto que a partida contra o Guarani, enquanto o Paulistano informa que seria Vila Brasital, o adversário fala em campo do Atlético. Fundado em 1918, o São Roque Atlético Clube era o grande vival o Esporte Clube São Bento criado no mesmo ano . Além disso, o Ítalo (1925) e o Futurista (1927) também jogavam constamente na Vila Aguiar.

Esse assunto foi tratato na quarta reunião da diretoria, em 27 de dezembro, quando ficou acertado que Marcílio Montebello falaria com  o diretor da Brasital, Alberto Randi, e com Eugênio Pedro Capuzzo. para que os dois proprietários da área fizessem uma carta autorizando o uso por parte do Paulistano. Marcílio era funcionário da Brasital e tinha contato direto com Alberto Randi por ser o responsável pelos cavalos do diretor da empresa

Assim o Paulistano deu início as atividades sem sede e tendo apenas o fardamento do primeiro quadro. O segundo quadro jogava com uniforme  emprestado pelo conselheiro Paulo Masetto, “enquanto o clube existisse”. Porém, o uniforme não estava em boas condições e não resistiria por muito tempo. A primeira bola foi comprada por jogadores e simpatizantes.

 

 

Vander Luiz

São-roquense, radialista e jornalista

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *