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Tribunal de Justiça condena ex-presidente da Câmara de Mairinque e outros seis por improbidade

O Tribunal de Justiça de São Paulo condenou o ex-presidente da Câmara de Vereadores de Mairinque, Carlos Alberto Reis, e outras seis pessoas por improbidade administrativa em licitação.

O grupo inclui uma procuradora jurídica, três integrantes da Comissão de Licitação e os donos das empresas.

Segundo o processo, na licitação para contratação de serviços para a execução de reforma no prédio da Câmara de Vereadores de Mairinque, concorreram apenas três empresas, todas do mesmo dono.

A concorrência ocorreu sem atestado de responsabilidade assinado por um técnico perante o CREA, certidão de regularidade fiscal de Seguridade Social e sem projeto básico para reforma.

Segundo a relatora, “evidencia-se a grosseira fraude na licitação, eivada de diversas irregularidades, em prejuízo ao erário, posto não ter sido contratado o melhor serviço disponível, pelo menor preço possível, em violação aos princípios administrativos da legalidade, impessoalidade e eficiência”, escreveu a relatora do recurso, Paola Lorena.

Em seu voto, a magistrada afirma que “a própria modalidade de licitação elegida era inadequada ao objeto buscado, uma vez que a oferta de serviços de reformas é ampla no mercado. Não se justificava, por conseguinte, o envio de convite a uma empresa que sequer era do ramo e a outras duas únicas empresas que pertenciam ao mesmo dono, uma delas com restrições em seu nome”.

A relatora destaca também que “o prejuízo, no caso em exame, ficou ainda mais evidente pela necessidade de aditamento do contrato, situação decorrente da falta de um projeto básico para a reforma e ausência de um orçamento prévio adequado”.

Os acusados foram condenados a ressarcir o valor correspondente ao aditamento do contrato e também: o vereador foi sentenciado à pena de suspensão dos direitos políticos pelo prazo de três anos e ao pagamento de multa civil no valor equivalente a dez vezes a última remuneração recebida; a procuradora e os demais servidores públicos foram condenados à perda da função pública, suspensão dos direitos políticos por cinco anos, e pagamento de multa civil no valor correspondente ao dobro do montante fixado a título de reparação do dano.

As empresas e os donos foram proibidos de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual sejam sócio majoritário, pelo prazo de três anos, e ao pagamento de multa civil no valor equivalente a dez vezes a última remuneração recebida pelo presidente da Câmara.

Apelação nº 1002074-13.2016.8.26.0337

Fonte: TJSP

Alan Vianni

Jornalista e escritor.

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