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Há 50 anos o Brasil era tricampeão no México com a posse definitiva da Taça Jules Rimet

O futebol não foi inventado no Brasil. Mas ao longo de toda sua história, ninguém praticou tão bem o esporte bretão como os brasileiros. Não foi à toa que a Seleção Brasileira ficou conhecida pelo “jogo bonito” e que o Brasil passou a ser chamado de “país do futebol”.

Mas mesmo com tanta fama, os brasileiros demoraram para reinar soberanos na história das Copas do Mundo. Foi uma espera de 40 anos, que se encerrou no dia 21 de junho de 1970.

Com a vitória por 4 a 1 sobre a Itália, na final do Mundial do México, o Brasil se tornou o primeiro país a vencer a Copa três vezes. Isso lhe garantiu o direito de ter a posse definitiva da taça Jules Rimet. Mas, mais do que isso, deu ao povo brasileiro um motivo de muito orgulho: nenhum país no mundo tinha tantos títulos quanto o Brasil.

Não foi uma trajetória fácil para a Seleção Brasileira. Presente em todas as edições da Copa do Mundo, a Amarelinha demorou quatro edições para conseguir disputar uma final.

Foi somente em 1950, no Mundial realizado no próprio Brasil. Ainda assim, o resultado foi decepcionante. A Seleção foi derrotada pelo Uruguai por 2 a 1 em pleno Maracanã.

O vice-campeonato deixou o Brasil muito atrás dos dois líderes do futebol mundial. As quatro primeiras edições da Copa foram vencidas por Itália e Uruguai, ambos com dois títulos cada, que dividiam a soberania do mundo da bola. Quatro anos depois, o Mundial teria um vencedor inédito: a Alemanha.

Foi somente em 1958 que o Brasil se apresentou ao mundo como uma potência capaz de conquistar o Mundial. Com um inspirado Pelé, aos 17 anos de idade, a Seleção conquistou a primeira estrela na Suécia. Aquele título não mudou somente a história da Seleção Brasileira, como do futebol mundial.

A Canarinho embalou e venceu o título seguinte, igualando-se a Uruguai e Itália na liderança de conquistas. Com a Copa de 1962, no Chile, na galeria de troféus, o Brasil entrava definitivamente para o rol dos melhores do mundo. Mas ainda faltava uma conquista para se isolar de vez dos outros bicampeões.

Havia muita expectativa para isso em 1966, mas o Brasil esbarrou em si mesmo e não conseguiu sair da primeira fase do Mundial. Melhor assim: quis o destino que a glória definitiva ficasse reserva para a Copa do Mundo de 1970, no México. Já nas primeiras partidas, o Brasil se mostrava como um grande candidato ao título.

Ao fim das quartas de final, o cenário apontava a grande probabilidade de um time se tornar tricampeão em solo mexicano. Brasil, Uruguai e Itália ainda estavam na disputa, enquanto a Alemanha era uma espécie de intruso entre os Reis de Copas. Com Alemanha e Uruguai fora da jogada, restariam a Brasil e Itália decidir, na final, quem seria o primeiro tricampeão, o dono por direito da taça Jules Rimet e o maior campeão mundial.

O Brasil ficou isolado na liderança desse ranking por 12 anos. Somente em 1982 a Itália voltou a ganhar um título de Copa do Mundo e empatou no número de conquistas com a Seleção. A Alemanha, por sua vez, venceu em 1974 e 1990 e também chegou ao tricampeonato.

Mas o futebol brasileiro tem a mania de se reinventar e dar um jeito de prevalecer.

Em 1994, Romário e cia. conquistaram a Copa dos Estados Unidos, fazendo do Brasil o primeiro tetracampeão mundial. A Seleção ainda disputou mais duas finais consecutivas, em 1998 e 2002, conquistou essa última e se isolou ainda mais.

Atualmente, é o único país pentacampeão do mundo. Tem a concorrência mais forte de Itália e Alemanha, os rivais de sempre, que o perseguem com quatro títulos cada (a Azzurra venceu em 2006, enquanto os alemães ganharam a Copa de 2014). Mas o dono da hegemonia do futebol mundial ainda é o Brasil. Assim como era na noite de 21 de junho de 1970.

Fonte CBF

Elenco brasileiro no México. Foto CBFFonte CBF

Vander Luiz

São-roquense, radialista e jornalista

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