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Real Sanroquense vice-campeão do Cruzeirão 1970

O Real Sanroquense disputou a final do Cruzeirão de 1970 contra a Faculdade de Engenharia de Campinas, no Ginásio Municipal de Sorocaba “Gualberto Moreira”. O Torneio Aberto de Futebol de Salão vivia o auge, reunindo equipes de várias cidades e até mesmo de outros estados, período em que ganhou a fama de maior competição aberta do Brasil.

Na decisão, o Real perdeu para a Faculdade de Engenharia de Campinas por 4 a 2. O destaque foi Élcio, que marcou três gols mesmo após sofrer uma contusão que o obrigou a sair ainda no primeiro tempo. Na etapa final, voltou à quadra com proteção na coxa direita e decidiu a partida.

Élcio abriu o placar, mas Dinho Bellini empatou. No segundo tempo, Nucci fez 2 a 1 para a Engenharia em cobrança de falta em dois lances que desviou em um jogador do Real. A resposta foi imediata: novamente Dinho Bellini marcou, empatando a partida enquanto os adversários ainda comemoravam. Nos minutos finais, brilhou Élcio, que marcou os dois últimos gols e definiu o placar: 4 a 2.A crônica de Izaltino Corrêa

Sobre a final, realizada em 28 de novembro de 1970, o jornalista Izaltino Corrêa escreveu em 1995, na série Histórias do Cruzeirão:

FACULDADE DE ENGENHARIA, CAMPEÃ DE 1970

Com um elenco de jogadores fortes, altos e habilidosos, a Faculdade de Engenharia de Campinas escreveu seu nome na história do Torneio Aberto de Futsal “Cruzeiro do Sul”, quando sagrou-se campeã de forma clara. Tendo como grande destaque o craque Élcio, a equipe campineira empolgou os sorocabanos e conquistou um grande número de torcedores, graças ao seu estilo clássico de jogar.

Na decisão da 11ª edição do torneio, diante do excelente Real Sanroquense, a Engenharia venceu por 4 a 2 em um jogo sensacional no Ginásio Municipal, que mais uma vez recebeu público total.

Élcio abriu o placar, mas deixou a quadra com contusão na coxa direita. O Real cresceu e empatou com Dinho Bellini. Apesar da pressão sanroquense, a Engenharia segurou o empate até o intervalo.

No segundo tempo, Élcio retornou em posição mais recuada, usando uma proteção na coxa. Nucci fez 2 a 1 em cobrança de falta que desviou na defesa. Na saída de bola, Dinho Bellini aproveitou a distração dos adversários e empatou novamente. A partir daí, brilhou Élcio: mesmo contundido, fez o terceiro gol em grande jogada e, quase no final, driblou o goleiro para marcar o quarto.

Faculdade de Engenharia de Campinas: Euclides; Nucci e João Monteiro; Élcio (Fred) e Signorelli. Estavam no elenco Pedro, Agapito, Marcial, Paulo e Rogério. Técnico: Lauredson.
Real Sanroquense: Djalma Lessa; Béio e Berico; Dinho Bellini e Della Vecchia.
Arbitragem: Manoel de Souza Oliveira (Neco), auxiliado por André de Souza Bom e José Roberto Athanagildo. Mesários: Alexandre Peixoto e Mário Fortunato Almeida.

Na preliminar, a Associação Atlética Ituana conquistou o terceiro lugar ao vencer o Clube Atlético Sorocabana de Mairinque (Casm) por 3 a 1. Dinho Bellini (Real Sanroquense) e Ilson (Casm) foram os artilheiros da competição, enquanto Rabanete (Copa Rio) e Santos (Ituana) foram os goleiros menos vazados.

ENGENHARIA BARRA O MILAN

“O grande mérito foi conquistar o Cruzeiro do Sul, sem dúvida. Mas também fizemos outra façanha em 1970: superamos o grande Milan antes das finais. A Engenharia conseguiu aquilo que todos desejavam: barrar a trajetória vitoriosa da equipe milanesa.”

O depoimento é do ex-goleiro Euclides Rondon Filho, campeão do torneio em 1970 e, à época da entrevista, com 48 anos e atuando na área de informática.

Apesar do nome, a equipe de Campinas não era formada apenas por estudantes de engenharia. No início da Unicamp, um grupo de amigos se uniu para formar o time. Como os jogos ocorriam nos finais de semana, vieram o entrosamento, a qualidade técnica e, naturalmente, as conquistas.

O objetivo, desde o início, não era apenas participar, mas competir para vencer. Bem estruturada, com jogadores de alto nível e com o brilho de Élcio, a Engenharia transformou o título de 1970 em consequência natural.

Do elenco campeão, alguns atletas permaneceram em Campinas, outros na região, enquanto parte se dispersou pelo país. Relembrando, Euclides concluiu. “Ter sido campeão em 1970 foi uma conquista muito especial para todos nós.”

Vander Luiz

São-roquense, radialista e jornalista

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