Nota de falecimento. Jayme Alvarez de Oliveira, 91 anos, oficial de justiça e cronista do Jornal O Democrata
Faleceu na noite desta segunda-feira (7 de novembro), Jayme Alvarez de Oliveira, aos 91 anos. O velório será nesta quarta-feira (08/11), das 10 às 11h, e o sepultamento no Cemitério da Paz de São Roque.
Jayme era casado com Romilda e da primeira união com Marta Virginia de Oliveira teve os filhos Jayme Júnior, Rogério, Wagner (falecido) e Mônica. Deixa netos e bisneto.
Ele chegou a São Roque em 1952 depois de uma experiência de trabalho no Rio de Janeiro. Foi funcionário do Fórum por quase 50 anos, principalmente na função de oficial de justiça. Em 1998, aposentou-se ao completar 70 anos.
Tinha uma grande paixão na vida, gostava de escrever e por várias décadas foi cronista e colaborador do Jornal O Democrata buscando os mais diversos temas. O primeiro texto foi a nota social de um casamento.
Alcançou grande repercussão a crônica “Diário de um Aidético”, os portadores dessa síndrome sofriam enorme preconceito no início dos anos 80. Destaque também para uma entrevista com o expedicionário sao-roquense Mafaldo Izaac Correa que combateu na Segunda Guerra Mundial, entre tantos textos que eram publicados quase que semanalmente, além de ter colaborado com outros jornais.
Em 1957, participou histórico livro do Terceiro Centenário com textos sobre o inventário do Barão de Piratininga, dados históricos do município e curiosidades com os primeiros registros da Comarca de São Roque
Jayme foi o grande divulgador da sobrinha Márcia Gabrielle eleita Missa Brasil 1985 pelo Mato Grosso no concurso apresentado por Silvio Santos. Ela ficou na casa de parentes em São Roque e Jayme escreveu várias reportagens no Jornal O Democrata da mulher mais bonita do Brasil com laços com a nossa cidade.
Por sinal, Márcia que mora no Rio de Janeiro tem o sobrenome Canavezes que faltou no registro de Jayme e da irmã Aparecida Isaura. Canavezes seria a localidade onde o avô nasceu em Portugal.
Aproveito aqui para deixar os sentimentos aos familiares e dizer que seu Jayme foi uma das inspirações para a minha carreira de jornalista. Estudei com a Mônica na Escola Estadual Barão de Piratininga (Bairro do Cambará) e o meu irmão Valdemir com o Jayminho.
E tive a oportunidade de dizer isso pessoalmente. Em 21 de agosto de 2015, tinha 32 anos de carreira e ele costumava deixar crônicas na caixa do correio de casa.
Um dia deu certo de encontrá-lo e o convidei para entrar, fizemos a foto que está nesta postagem e até gravamos um vídeo que ficou arquivado esperando até hoje por uma edição, como tantos outros no meu bagunçado arquivo. Ele se emocionou quando disse que foi uma das minhas inspirações profissionais.
Lendo os textos do seu Jayme em O Democrata, quando tinha menos de 10 anos de idade, descobri a essência do jornalismo, que o jornalista não vive em outro mundo que ele tem família e que, principalmente, o cronista tem um olhar diferenciado para as coisas, as pessoas e locais por onde passa sempre em busca de uma referência. Seu Jayme Alvarez de Oliveira foi uma referência.