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O lançamento do Edifício Pedro Costa de 15 andares, em 1965

COLUNA ARQUIVO VIVO PUBLICADA NO JORNAL O DEMOCRATA – 18/07/2025

Edifício Pedro Costa na Avenida Tirantes esquina com a Rui Barbosa; empreendimento completa 60 anos

O Edifício Pedro Costa é uma referência no centro de São Roque e, com seus imponentes 15 andares, pode ser visto de diversos pontos da cidade. Localizado na Avenida Tiradentes, número 44 (esquina com a Rua Rui Barbosa), o empreendimento foi lançado há 60 anos — início das vendas 18 de julho de 1965 — e, no final da década, começaram a chegar os primeiros moradores. Entre eles estava o relojoeiro Walter Argentini, que vendeu sua casa na Avenida Antonino Dias Bastos, 1001, para montar a Rewal Joias e Relógios (Avenida Tiradentes, 55). Ele morou no 12º andar com a esposa Irani e o filho Luís Roque.

Lançamento do “mais arrojado empreendimento de São Roque” ocupa a primeira página inteira do Jornal O Democrata (31/07/1965)

Irani veio para a esquina onde o pai Mário Caiani teve o Salão Avenida e trabalhava com os filhos Moacir e Milton. Com a construção do prédio, o salão de barbeiros mudou para o lado ímpar da Tiradentes, na esquina com a Rua Enrico Dell’Acqua. Na parte inferior do antigo sobrado, funcionavam o armazém de Antonino Dias Bastos (Nino) e o 1º Tabelião de Notas. Nino abriu uma porta comercial em sua residência na Rua Barbosa, 277, e o tabelião Luiz Gonzaga Rodrigues de Oliveira passou a ocupar uma sala no Paço Municipal (Praça da Matriz, 9).

Salão Avenida de Mário Caiani e filhos com a demolição do antigo casarão muda para Avenida Tiradentes esquina com a Enrico Dell’Acqua

Muitas pessoas que observam o edifício sentem curiosidade sobre sua história. Outras se recordam do que havia ali antes da construção e das lojas que se estabeleceram na parte térrea, ocupada inicialmente pelas Casas Pernambucanas e pelo Banco Nacional. Com a mudança das Pernambucanas para o prédio próprio na Praça da Matriz, na metade dos anos de 1970, foi inaugurada a Loja Carambella. No espaço da antiga agência bancária funcionou, até recentemente, a Gibson Store. Hoje, o espaço está disponível.

O tabelião Luiz Gonzaga Rodrigues de Oliveira anuncia no Democrata a mudança para o Paço Municipal

O centenário arquivo do jornal O Democrata registra o nascimento do Edifício Pedro Costa com grande destaque: o anúncio ocupou a primeira página inteira da edição de 17 de julho de 1965. “O mais arrojado empreendimento de São Roque” dos incorporadores Pedro Costa e Dr. José Mussi. Localizado no coração da cidade, o edifício será moderno, com todas as comodidades, excelente divisão interna e dois elevadores automáticos. Foi lançado por 15 milhões de cruzeiros (sem entrada), em 100 prestações mensais de Cr$ 150 mil, sem juros e sem reajustes.

“Sucesso absoluto de vendas”. Em apenas 15 dias, foram negociadas 40 das 60 unidades. O Democrata publicou os nomes dos primeiros compradores

Adão Nunes de Barros

Afonso Marques

Alceu Otávio de Góes

Alcides de Souza Valente,

Aldo Lino Curzel,

Antonio Bahu,

Antonio Paulo Salvetti,

Antonio Rodrigues

Argeo Mendes de Moraes

Arízio Alves de Magalhães,

Armando Aga

Álvaro Cristanelli

Benedito Honório Mieiro

Benedito dos Santos Guerra,

Benedito da Silva César,

Carlos Potiguara de Oliveira,

Djanira Maria Costa,

Flávio Luiz Almeida,

Fortunado Prestes Vieira,

Geraldo Bernardino,

Giovanni Mariucci,

Hélio de Oliveira,

João Carlos Alé,

João de Castro Andrade Filho,

João da Costa,

João Silvestre de Castro,

José Raul Calfat,

Lourenço Guilhen,

Maria e Cinira Dias Bastos,

Norberto Silva,

Orlando Silvestre de Castro,

Patrício Gabriel Vieira,

Paulo Frontin Werneck,

Pedro Costa,

Raul da Silva Martins,

Roberto Silva,

Rubens José Boccato,

Takeshi Kono,

Túlio Boschini e

Vicente Mendes de Moraes (Bio)

Edifício Pedro Costa construído na década de 1960, recentemente passou por uma reforma na parte externa

CASA DO COMENDADOR INOCÊNCIO E FUNDAÇÃO DO GRÊMIO UNIÃO SANROQUENSE

Na edição de 25 de setembro de 1965, O Democrata voltou a destacar o empreendimento na primeira página: “Um arranha-céu em São Roque”. Segundo o texto, baseado em pesquisas do professor Paulo da Silveira Santos, para a construção foi demolido um sobrado colonial que pertenceu ao Comendador Manoel Inocêncio da Rosa, irmão do Barão de Piratininga.

O arranha-céu de São Roque construído no terreno do sobradão do Comendador Inocêncio

Com o falecimento do comendador, em 1889, a propriedade passou para o filho único Antonio Francisco da Rosa casado com Honorina Rosa, com quem teve as filhas Marieta Rosa (viúva do médico Helvídio de Moraes Rosa), Jandira Rosa Kerr (casada com Roberto Kerr) e Luiza Rosa (farmacêutica). O sobrado, por fim, pertencia ao vereador Benedito da Silva César, que o vendeu para Pedro Costa e José Mussi.

No prédio histórico, na noite de 28 de agosto de 1945 — então residência de Jamil Chad —, ocorreu a fundação do Grêmio União Sanroquense. Alguns anos depois, tornou-se sede do clube com a realização de bailes, reuniões e outras atividades.

Atualmente, na região onde está localizado o Pedro Costa, a Lei Municipal nº 40/2006 permite construções com altura máxima de 13 metros (quatro andares). O gabarito de 30 metros (10 andares) é válido para os corredores das avenidas John Kennedy e Antonino Dias Bastos.

Pedro Costa incorporador do edifício de 15 andares. Foto de 1982, quando da candidatura a prefeito de São Roque

 

Vander Luiz

São-roquense, radialista e jornalista

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