Nota de Falecimento: Lateral Zé Carlos, da Copa de 98, que jogou no futebol amador de São Roque
O ex-lateral do São Paulo e da Seleção Brasileira, Zé Carlos (José Carlos Almeida), faleceu nesta sexta-feira, 25 de outubro, vítima de uma parada cardiorrespiratória. Antes de alcançar o auge de sua carreira no São Paulo, Zé Carlos jogou algumas partidas no futebol amador de São Roque, onde defendeu a equipe do Humaitá. Aos 55 anos (nascido em 14 de novembro de 1968), Zé Carlos faleceu em Osasco, na casa de seu pai.
O goleiro Betinho, amigo próximo de Zé Carlos, recorda que ele atuou ao lado de Pestana e Tácito, sendo convidado a integrar o Humaitá por seu amigo Jairo Gaúcho, responsável pela equipe. Na época, Zé Carlos já havia passado por equipes profissionais como São José, Nacional, São Caetano, Portuguesa, Marília, União São João de Araras, Juventude e Matonense. Mesmo após alcançar a fama e encerrar a carreira, Zé Carlos continuava a visitar São Roque na companhia de Betinho.
“No início da semana, conversei com o Zé Carlos e o convidei para participar de um amistoso em Sorocaba, pelo time do Além Ponte, neste sábado. Ele disse que confirmaria na sexta-feira, pois pensava em viajar para Presidente Prudente. Quando liguei nesta manhã, foi a irmã dele que atendeu e me informou sobre o falecimento”, relatou Betinho, que iniciou sua carreira no Paulistano de São Roque e passou por várias equipes profissionais. Nos últimos anos, Betinho integrou seleções de masters, jogando ao lado de Zé Carlos e outros ídolos do futebol.
Betinho expressou sua tristeza ao mencionar a perda de dois grandes amigos nesta semana, referindo-se ao zagueiro Tonhão (ex-Palmeiras), também falecido aos 55 anos, na terça-feira, 22 de outubro. “Tonhão estava doente e internado, mas Zé Carlos estava bem de saúde. A família contou que, na manhã desta sexta-feira, Zé Carlos chegou na casa do pai em Osasco, disse que iria descansar um pouco e deitou-se no sofá. Algum tempo depois, todos foram surpreendidos por sua morte”, relatou Betinho.
Marquinhos Guzzon também se recorda da passagem do lateral por São Roque. “Ele jogou no time do Jairo, próximo ao Goianã. Nesse campeonato, fomos campeões pelo Canguera. Acho que era a Copa do Vinho ou Copa das Nações. O Humaitá não chegou à final”, relembra.
CAMPEÃO PAULISTA, GAÚCHO E CATARINENSE
No São Paulo, Zé Carlos conquistou o Campeonato Paulista de 1998 e foi convocado pelo técnico Zagallo para a Copa do Mundo de 1998, na França, onde o Brasil foi vice-campeão. Era reserva de Cafu, titular absoluto, que estava suspenso e não pôde enfrentar a Holanda nas semifinais. Zé Carlos entrou em campo, enfrentando a pressão e contribuindo para a classificação do Brasil à final após a vitória nos pênaltis sobre a Holanda.
Era uma pessoa extremamente humilde e gostava de imitar animais. Nas entrevistas, demonstrava a simplicidade de um menino que nasceu em Presidente Bernardes e morou em Osasco. Após o jogo contra a Holanda, Zé Carlos falou ao repórter Wanderley Nogueira, da Jovem Pan, sobre o momento histórico que acabara de viver. Em seguida, Milton Neves fez um dos comentários mais emocionantes de sua carreira, dizendo que, na imensidão de casas e apartamentos de todo o Brasil, cada luz acesa representava a paixão do torcedor que se emocionou com a vitória. Zé Carlos representava cada um dos torcedores brasileiros.
Após defender o São Paulo em 72 partidas e marcar dois gols, Zé Carlos foi emprestado ao Grêmio, onde conquistou o Campeonato Gaúcho e a Copa Sul Minas, ambas em 1999. Ele ainda atuou pela Ponte Preta, Joinville (onde foi campeão catarinense em 2001) e Noroeste de Bauru, encerrando sua carreira profissional em 2005.