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Câmara de São Roque arquiva pedidos de cassação dos vereadores Donizete Carteiro e Mestre Kalunga

A Câmara Municipal de São Roque aprovou nesta segunda-feira (26) pareceres de duas comissões processantes e com isso arquivou os pedidos de cassação dos vereadores Donizete Carteiro (PSDB) e Adenilson Mestre Kalunga Correia (PSL).

Câmara Municipal
Vereadores Donizete Carteiro e Mestre Kalunga tiveram denúncias arquivadas 

Na primeira votação foi aprovado o parecer da comissão processante que pedia o arquivamento da denúncia feita pelo empresário Roque Fan Silva contra Donizete Carteiro.

O relator Guto Issa pediu o arquivamento da denúncia e contou com o apoio dos outros integrantes da Comissão Processante os vereadores Etelvino Nogueira (presidente) e Flávio Brito (relator).

A votação deveria ter ocorrido no dia 5 de setembro, mas foi adiada por duas sessões (na prática três) a pedido de Zé Dentista.

Nesta segunda-feira, dez vereadores foram favoráveis ao arquivamento (eram necessários no mínimo oito votos) e quatro votaram pelo prosseguimento do processo.

Por serem partes interessadas, Donizete Carteiro (acusado) e Mestre Kalunga (testemunha) foram substituídos pelos suplentes Marquinho Arruda e Luciano Barioni, respectivamente.

Pelo arquivamento votaram Rafael Marreiro (PSB), Etelvino Nogueira (PSDB), Israel Toco (PSDB), Zé Camargo (PROS), Guto Issa (Rede), Marquinho Arruda (PSDB), Flávio Brito (PROS), Luiz Gonzaga (PTC), Maurinho Góes (PSD) e Alexandre Mandi (PMDB).

Foram contrários ao arquivamento: Alacir Raysel (DEM), Zé Dentista (PSL), Osmar da Josdan (DEM) e Luciano Barioni (PSL). O presidente da Câmara, Alfredo Estrada (PSC), vota somente em caso de empate.

ENTREVISTA DONIZETE CARTEIRO

Na sequência foi arquivada a denúncia contra o vereador Mestre Kalunga (PSL).

Neste caso, a Comissão Processante também recomendou o arquivamento da denúncia atendendo parecer do relator Zé Camargo.  A comissão é presidida por Alexandre Mandi e Flávio Brito como membro.

Donizete Carteiro voltou para o plenário, mas Mestre Kalunga, agora na posição de acusado, continuou sendo substituído por Luciano Barioni.

Desta vez, a denúncia foi arquivada pelo placar de 9 a 5. Os cinco vereadores contrários foram Luciano Barioni, Maurinho Góes, Donizete Carteiro, Guto Issa e Israel Toco.

Pelo arquivamento votaram Rafael Marreiro, Etelvino Nogueira, Zé Camargo, Flávio Brito, Luiz Gonzaga, Osmar da Josdan, Alacir Raysel, Alexandre e Zé Dentista.

ENTREVISTA  MESTRE KALUNGA

LUCIANO BARIONI

Convocado para duas votações importantes na Câmara Municipal de São Roque, o engenheiro Luciano Barioni disse que estudou muito os processos para formular os seus votos e que tinha base para isso porque fez curso de Direito Eleitoral quando lançou candidatura a vereador.

Ressaltou que foi colocado em uma situação difícil e comparou o momento a uma decisão de campeonato entre Corinthians e Palmeiras onde teria que escolher um time. “Com certeza vou apanhar de uma das torcidas”.

ENTREVISTA LUCIANO BARIONI

Criticou os dois pareceres que pediram o arquivamento das denúncias. Na acusação contra Donizete Carteiro citou que não foram ouvidas as testemunhas e nem mesmo quem fez a denúncia.

No parecer que pediu o arquivamento da denúncia contra o Mestre Kalunga disse que não foi apresentado documento que comprove que o vereador tem curso superior.

Luciano disse ainda que na condição de suplente aparece como parte interessada no processo. Dessa forma, adiantou que renunciaria ao cargo de vereador caso Kalunga fosse cassado.

EMMERSON JOSÉ FERREIRA PINTO (CHICHO)

Autor da denúncia contra o vereador Mestre Kalunga, Emmerson José Ferreira Pinto (Chicho) encaminhou dois comentários. O primeiro  com relação ao arquivamento da denúncia acatando parecer da comissão processante e outro com base na entrevista de Mestre Kalunga.

“Quanto ao arquivamento o que fica evidente é que a população não pode esperar nada da Câmara Municipal no que diz respeito a probidade e defesa dos interesses coletivos quando há interesses pessoais envolvidos.

Este arquivanento e a alteração no Regimento Interno da Câmara – que impede a denúncia por cidadãos comuns que não estiverem ‘abonados’ por um vereador – é prova de que os corruptos se defendem e acabam sempre formando bandos.

São bandos pequenos, muitas vezes promovidos à condição de quadrilha, que agem apenas em favor dos seus interesses em detrimento da coletividade.

A democracia, a moral e a honestidade estão na UTI em São Roque.”

SEGUNDO COMENTÁRIO

1. Não há perseguição pessoal ou política e sim perseguição contra atos suspeitos cometidos por agentes públicos ou políticos.

2. O vereador não provou ter cursado faculdade em jornalismo e em educação física, uma vez que ele declarou no seu registro de candidatura possuir Ensino Superior completo.

3. O registro de jornalista junto ao Ministério do Trabalho não implica em graduação em jornalismo, o que só é possível para aqueles que se formam em jornalismo em uma instituição de ensino superior.

4. O registro provisionado no CREF como instrutor de capoeira não importa em formação superior em educação física. Pelo contrário, é prova de que o registro se deu junto ao CREF justamente pela falta do diploma em educação física.

Ou seja, o vereador e aqueles que votaram pelo arquivamento da denúncia permanecem desafiados a provar que não houve crime de falsidade. Basta para isso, juntar os diplomas e histórico das duas graduações.

 

Vander Luiz

São-roquense, radialista e jornalista

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